o choque

Como já sabemos os nossos cérebros são divididos por diversas áreas: existe a área do prazer, do medo, entre outras, estas áreas de nossos cérebros acumulam informações de nossas experiências.

Essas áreas são interligadas por neurônios que estão em constante mutação, neurônios nascem e morrem a todo instante e modificam de lugar, como estes atos ocorrem?

Vou tentar colocar aqui de uma maneira fácil de entender: Quando você era ainda criança ou adolescente e sua mãe colocava uma cebola em seu prato, você logo retirava e se a mastigasse você chegava a passar mal, isto ocorria porque a informação que você tinha era que cebola era algo ruim e quando esta entrava em contato com seu paladar o neurônio ligado a esta informação estava enraizado na parte do cérebro que identificava as “coisas ruins”.

Mas com o passar do tempo, com a informação de que aquele alimento é bom e que faz bem ao seu organismo, você passa a comer e pensar no bem que ele te traz, este ato faz com que o neurônio ligado a ele se desprenda da parte do cérebro que significava uma coisa ruim e passa a se interligar a parte do cérebro que identifica as coisas prazerosas.

Este foi um ato enraizado, ele foi construído através de anos e mesmo que você coma uma cebola estragada não irá deixar de gostar da cebola, pois, a cebola não é estragada constantemente, mas, com toda certeza se calhar de você passar a comer cebolas estragadas constantemente irá ter repulsa da mesma.

Fiz o comentário acima pra que você lembre como funciona nosso cérebro normalmente, mas, o que eu quero tratar aqui é do choque, um exemplo muito bom do choque é o das drogas, sabemos que quando uma pessoa ingere qualquer substancia tóxica que altera nosso funcionamento cerebral que esta pessoa está realizando um choque no cérebro.

Exemplo: quando alguém ingere cocaína é tomada por uma onda de felicidade e sensação de poder, isto ocorre porque foram criados milhões de neurônios e estes foram ligados a parte do cérebro que nos dá prazer, aumentando esta sensação de maneira espantosa. É ai que esta o problema, como esses neurônios foram criados e ligados de maneira abrupta, eles também morrem da mesma forma e acabam por destruírem outros que existiam antes da dose.

Ocorre que com a morte dos que já existiam anteriormente o indivíduo passa a ter o efeito contrario, uma sensação de desconforto, se acha a pior das criaturas e passa a ficar depressivo, precisando de uma nova dose para se sentir novamente capaz e ai ele entra num ciclo sem fim.

Agora que lembramos como funciona o nosso cérebro podemos entender melhor como uma pessoa chega à loucura com o choque e por isso nós não vivemos no limite de nossas forças a todo instante, pois, quando atingimos este estágio criamos neurônios e os destruímos.

Acredito que seja fácil lembrar-se de alguma briga ou bate boca que você se envolveu e resolveu de forma abrupta invocando uma força muito superior a utilizada por você normalmente e que logo depois de passado o problema você se sentiu mal ou culpada, mesmo quando estava correta e obteve êxito em sua demanda. Lembra? Isto ocorreu pelo mesmo motivo que ocorreu com o drogado.

Portanto cuidado com estes problemas acontecendo de maneira constante em sua vida, alguns chegam à loucura. O choque é benéfico, mas, perigoso, devemos tomar cuidado com ele, muitos conseguem chegar entrar neste estágio de maneira constante e no controle da situação, mas, até mesmo estes podem enlouquecer.

A loucura pode vir das duas vertentes citadas acima, tanto vem pela euforia da busca da felicidade como pela constante dos problemas. O choque deve vir apenas em momentos de superação, pois, a recuperação dos neurônios perdidos leva um bom tempo para acontecer.

O lado bom do choque é que ele não fica enraizado, você pode sim perder alguns neurônios, mas, isso não quer dizer que esta perda não se recupere, se você voltar a sua vida normal e evitar esta sensação por bastante tempo poderá se utilizar dela quando precisar, agora, não deixe se levar por esta maneira fácil de resolver seus problemas, você pode acabar ficando louco.